VOCAÇÃO FAMILIAR



                 
 Prosseguindo nossa caminhada rumo a Cristo, chegamos ao mês de agosto, um mês que a Igreja no Brasil tem a alegria de dar ênfase às vocações. Tomamos então a vocação como um chamado universal que Deus faz a todos nós, um chamado para segui-lo e acompanhá-lo de perto, chamado este que nos traz plena realização e a certeza de fazer a vontade de Deus, sendo esta nossa maior vocação.
                  Dessa forma observamos que essa vontade, que sempre deve partir de Deus, se manifesta de diferentes formas, visto que a vocação não é apenas à vida religiosa ou sacerdotal, mas inclui também uma outra que nos tempos pós modernos tem sido deixada tão de escanteio e desvalorizada nesse secularismo vigente no mundo atual que estamos incluídos que é a vocação familiar.Há uma canção que eu particularmente gosto muito que nos diz :

“Até mesmo o céu desejou ser família,
Para que a família desejasse ser céu.”

                   Na simplicidade desses dois versos temos uma riqueza de valor incalculável, quando se trata da família ser uma idéia do próprio Deus. Tomamos por exemplo a família de Nazaré, Jesus, Maria e José. Cristo em sua encarnação não apenas quis usar apenas do corpo de Nossa Senhora para uma gravidez como fazem as mães de aluguel, mas foi muito mais além quando nos mostra que Ele também, o Deus todo poderoso, quis nascer no seio de uma família .
                  A Sagrada Família hoje para nós representa muito mais do que apenas o evento histórico do nascimento de Cristo, mas hoje  ela se torna exemplo vivo de testemunho de amor, de entrega, de vida consagrada, de temor de Deus, enfim ela se torna modelo para todos aquele que desejamos também  fazer de suas casas igrejas vivas de onde emana o amor e o perdão.
                 O Catecismo da Igreja Católica nos  parágrafos 2204  e 2205 nos diz:

 2204 "Uma revelação e atuação específica da comunhão eclesial é constituída pela família cristã, que também, por isso, se pode e deve chamar igreja doméstica." E uma comunidade de fé, de esperança e de caridade; na Igreja ela tem uma importância singular, como se vê no Novo Testamento.
2205 A família cristã é uma comunhão de pessoas, vestígio e imagem da comunhão do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Sua atividade procriadora e educadora é o reflexo da obra criadora do Pai. Ela é chamada a partilhar da oração e do sacrifício de Cristo. A oração cotidiana e a leitura da Palavra de Deus fortificam nela a caridade. A família cristã é evangelizadora e missionária.

             O Papa João Paulo II em uma de suas encíclicas lançadas no início desse milênio só veio afirmar a importância que a família tem e que a Igreja manterá sempre firme o seu propósito de valorização e estímulo dessa vocação que também se torna celeiro de outras vocações:

“Sobre esse ponto, a Igreja não pode ceder às pressões de determinada cultura, ainda que generalizada e por vezes agressiva. Ao contrário, é preciso fazer com que, por meio de uma educação evangélica sempre mais completa, as famílias cristãs ofereçam um exemplo persuasivo de possibilidade de um matrimônio vivido de forma plenamente congruente com o desígnio de Deus e com as verdadeiras exigências da pessoa humana -  a pessoa dos esposos e sobretudo a pessoa mais frágil dos filhos.”
(Novo milênio ineunte, João Paulo II)

                   Deste modo, a Igreja segue irredutível no seu papel defensor da vocação familiar, por que ela entende que essa ideia genial partiu do Coração do próprio Deus e que jamais competirá a nós passar por cima dos projetos de Deus desmerecendo-os ou desvalorizando-os. Certamente grandes santos de nossa Igreja receberam as sementes da Eternidade no seio de uma família e cabe àqueles que se sentem vocacionados à esse estado de vida a também fazerem de seus lares lugares propícios para lançar sementes que produzirão bons frutos.
Seminarista Átila Mariano 

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