Leão foi
batizado a 24 de março do mesmo ano, véspera da festa da Anunciação. Anos
depois, escreveu: "Era feliz mais tarde unindo a lembrança do meu
batismo ao do Ecce venio do Nosso Senhor".
Leão Dehon
frequentou a escola da cidade. Mais o ambiente não era favorável a uma
boa educação. Por isso seus pais, preocupados com o futuro do filho, o
matricularam no Colégio de Hazebrouck, dirigido por padres. Antes de seu
ingresso nesse colégio Leão fez suma primeira comunhão na cidade natal.
No Colégio Hazebrouck, encontrou na pessoa de seu diretor, Pe. Dehaene,
um grande amigo que o orientou muito bem na luta pela conquista da
virtude.
Na noite de Natal de 1856, Leão sentiu forte chamado ao sacerdócio.
Conversou como pai a respeito. Recebeu um frio e peremptório
"não". Júlio sonhava um futuro brilhante e diferente para o
filho. Jamais permitira que ele se tornasse sacerdote.Em agosto de 1859,
Leão terminou seus estudos secundários e, a l6 do mesmo mês, passou, com
sucesso nos exames de bacharel em letras.
De volta a La Capelle, expos novamente seu projeto ao pai. Esta
insistência do filho caiu como um raio no lar Dehon. O pai não aceitava
de forma alguma a idéia ousada do filho.
|
Sem desistir de seu plano, Leão obedece momentaneamente a seu pai e vai
para Paris. Freqüenta o curso de preparação ao concurso da célebre Escola
Politécnica DEA simultaneamente matricula-se no primeiro ano de direito.
Mais tarde, abandona o curso de letras e segue normalmente o curso de
direito, que lhe parecia mais de acordo com a sua cultura e sua
sensibilidade.
Em agosto de 1862, obtém a licença em direito e, dois anos mais tarde, em
abril de 1864, defende a tese de doutorado em direito.
Durante o período de estudo em Paris, Leão impôs-se um ritmo de vida que
favorecia sua vocação sacerdotal. Diariamente participava da missa em São
Sulpicio, sua paróquia.
Nesse tempo, também, conheceu um jovem estudante de arqueologia, que se
tornaria seu grande amigo: Leão Palustre. Com esse amigo, Dehon fez várias
viagens: à Inglaterra (1862), à Alemanha, aos países escandinavos, à Europa
Central (1863), A 23 de agosto de 1864, empreendeu com ele uma longa viagem
de 10 meses pelo sul da Alemanha, Suíça, Norte da Itália, Grécia, Egito, Palestina
(Terra Santa), Ásia Menor, Hungria e Áustria.
No fim dessa viagem, Leão parte diretamente para Roma, onde chega a 14 de
junho de 1865. Estava firmemente decidido a seguir sua vocação sacerdotal.
A viagem à Terra Santa confirmara o chamado do Senhor: "Vem e
segue-me! Também te farei pescador de homens!".
Em Roma, mora no colégio francês, Santa Clara, matricula-se no curso de
filosofia e, depois de um ano apenas, obtém o doutorado na matéria (1866).
Em 1871, consegue o título de doutor em teologia e em direito canônico.
Antes, a 19 de dezembro de 1868, é ordenado sacerdote, na Basílica de São
João de Latrão, na presença de seus pais, que aceitam agora a vocação do
filho.
Padre Dehon participou como estenógrafo, das sessões do Concílio Vaticano
I.
Terminados
seus estudos em Roma, recebeu sua primeira transferência. Foi uma grande
decepção para ele. Com vários doutorados em sua bagagem, Padre Dehon
esperava trabalhar numa universidade. E foi nomeado para ser o 7 vigário
paroquial de uma pobre e problemática paróquia: São Quintino.
Apesar de tudo, assumiu sua missão com todo ardor e entusiasmo. Conhecendo
as grandes necessidades daquela cidade, Padre Dehon teve várias iniciativas
de grande repercussão; fundou um patronato, São José 91872), a Obra dos
Círculos Católicos (1873); um jornal católico: Le Conservateur de L’Aisne
(1874); círculos de estudos religiosos e sociais, com a Conferência de São
Vicente de Paulo ( 1875); promoveu encontros de estudos com os patrões,
duas vezes por mês (1876): o Colégio São João
Sacerdote, culto, santo e dinâmico, muito conhecido na França, Dehon tinha
algo que o inquietava. Não estava satisfeito. Faltava-lhe algo. Não tinha,
porém, clareza o que era realmente. Depois de um longo discernimento, feito
de oração, de diálogo com sábios sacerdotes e orientadores espirituais,
Dehon toma a decisão de fundar a Congregação dos Padres do Sagrado Coração
de Jesus. Data oficial da fundação: 28 de junho de 1878, dia da primeira
profissão do fundador
Temporariamente supressa por determinação da Santa Sé (1883), a nova
Congregação experimentou, depois de sua ressurreição (1884), um vertiginoso
crescimento e um surpreendente impulso missionário espalhando-se por
diversos países.
Além dos
trabalhos de governo e animação de sua congregação como superior geral,
Padre Dehon participou dos grandes eventos de cunho social na agitada
França daquele fim de século. Sensível aos grandes problemas sociais de
então, Padre Dehon era protagonista de congressos e de assembléias, onde se
discutiam as questões sociais, principalmente depois da publicação da Rerum
Novarum, da qual foi um incansável divulgador e defensor. Sem dúvida,
pode-se dizer que era um missionário da doutrina social da Igreja. Proferiu
conferências (principalmente em Roma), escreveu artigos em jornais e
revistas (Le Règne du Sacrré-Coeur dans les âmes et dans les sociétés),
publicou livros sobre o tema, principalmente: Manual social cristão (1894)
e o Catecismo social (1898). Outros: A usura no campo presente ( 1895);
Nossos Congressos (1897), As pontifícias diretrizes políticas e sociais
(1897), Riqueza, mediocridade ou pobreza ( 1899), A renovação social cristã
(1900).
Padre Dehon
faleceu no dia 12 de agosto de 1925, aos 82 anos de idade. Seus restos
mortais repousam na Igreja de São Martinho, em São Quintino, França.
"Por Ele vivi, por Ele morro", foram suas últimas palavras.
Pedimos então a intercessão de Padre Dehon, para que ele envie santas vocações e que rogue junto a Deus pela perseverança de todos os vocacionados e seminaristas e pela missão dos religiosos e sacerdotes, para que seguindo o carisma do fundador possam ser cada vez melhores ministros do amor e da reconciliação.
Venerável Padre Dehon.
Rogai por nós !
|
0 comentários:
Postar um comentário